Já no auge da industrialização, a
pequena cidade de Essen - localizada na Renânia do Norte-Vestfália, região do
Ruhr - enche seus pulmões com as cinzas jogadas aos ares. Esta nova situação de
“progresso” tem afetado a população, embora que minimamente. As pequenas
indústrias têm surgido em cada esquina das ruas, as pessoas perdem seus lugares
para as revolucionárias máquinas. A agricultura cede espaço para a extração de
carvão e produção de aço. Esta cidade outrora fora um pouco mais do que apenas
um povoado cercado por campos cultivados e bosques. O que estamos fazendo? Vale
a pena continuar sacrificando essa cidade, que já fora um lugarejo tão
pacífico, tão diferente do que vemos pela janela hoje, pelo tão somente progresso?
O progresso continua, enquanto somos esmagados pela sua força motriz. As
famílias mais tradicionais têm se reunido para lutar contra esse
desenvolvimento desenfreado, afirmam não concordar com as obras com que têm se
deparado. Segundo Wilhelm Händel, essas obras estão devastando a cidade de
Essen, tornando-a um espetáculo de cones cuspidores de poeira e cinza (como
descrevera as pequenas indústrias). Para tentar reduzir o impacto da
industrialização, as famílias protestarão contra as obras ainda essa semana.
Antes, reunir-se-ão com o grupo responsável das construções. Quando indagado
pelo motivo de sua insatisfação, Händel declara: “Não quero que meus filhos
conheçam esta nova Essen. Quero que eles conheçam a em que eu cresci. Ou ao
menos uma parte dela”. O maior receio daqueles que são contrários à
industrialização é a total alteração da cidade e a falta de empregos, já que
estas máquinas, um dia, ocuparão e farão o trabalho dos homens. “Não quero que
os meus filhos, ou meus netos, cresçam numa cidade onde o sol não penetra as
nuvens pela espessa poeira e cinzas. Nem que sejam privados de uma vida estável
por não terem um emprego digno.”, manifesta Händel. O que se sabe do futuro
desta pequena cidade ainda é um mistério. Mas por agora se tem certeza de que
estão se reunindo para mudar esta situação, não ficarão estagnados diante esta
circunstância. Sempre foram um pequeno povoado, e para longe disso não andarão.
Por
Ricken Fuchs
07
de Julho de 1867, Essen, Alemanha.