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sábado, 14 de abril de 2012

No silêncio das palavras

E quantos ais ainda suspiro

Desde que parti?

E quantas vezes na cama me reviro

Pensando em ti?

 

Da menina esqueceu

E aos tristes suspiros se rendeu

Tão distante esse olhar

Que no espelho vê se apagar

 

Estaremos juntos daqui para frente

Quem sabe, num futuro intermitente.

Mas um dia espero teus olhos fechar

Para, num sussurro, uma boa noite te desejar.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Moinhos de Sangue: Capítulo final reescrito

Esta postagem só entenderá quem leu o livro Moinhos de Sangue, de Ana Cristina Klein. A nova versão do final foi elaborada, numa proposta pelo professor de Português/ Literatura, por grupos. Segue, então, a nova versão da nova versão do final do livro! Hehehe.

 

A brisa de Xangri-lá era tão mais pacífica do que a de Porto Alegre. As crianças brincavam na piscina, enquanto a mãe, Maria Beatriz Tognazzi Aranha Gomes, apreciava o solzinho gostoso para garantir o bronzeado perfeito. Angelina parecia como a mãe, mas não sem a beleza gritante e a personalidade de Bia. Já o Pedro parecia-se com o pai, até nos trejeitos.

- Mamãe, mamãe! – as crianças não se aquietavam um segundo. Bia estava começando a se cansar desta rotina de mãe. Na verdade, só engravidara para poder gozar dos benefícios de Victor Ávila, seu dinheiro, mais precisamente. Precisava de férias das crianças. Férias com estilo, em New York!

- Papai chegou! Papai chegou!

Victor parecia estressado, mas as crianças pareciam lhe acalmar. Ao ver Bia, ele já abre um sorriso de orelha à orelha. Sempre fora apaixonado por Bia, desde que ficara viúvo. Mas ele não conhecia a verdadeira Bia. A mulher com quem ele estava casado era uma máscara de várias camadas. O triste era ele ser apaixonado por ela, e ela só sentir atração, não gostar de Victor.

- Como estavam os negócios em Porto, amor? – Bia não se interessava pelos assuntos da empresa do marido, nem por qualquer outra coisa, somente para o dinheiro e sua presença marcada nas colunas sociais. Obviamente, ela ainda estava no topo de tudo, e em todas as bocas, benditas e malditas.

- Já tivemos dias melhores. As coisas estão por um fio, mas tenho certeza de que podemos recuperar!

- Tudo se ajeita, meu querido, não te preocupes. Enfim, precisava notificar-te: vou ir à New York, tenho negócios a resolver para a empresa. Será que tem algum problema?

- Claro que não! Podes ficar tranquila! Mas, e quanto às crianças?

- Estive pensando sobre… Preciso que tome conta delas. Ou contrate uma daquelas coitadas que gostam de cuidar dos ranhentos.

- Darei um jeito. Pode ir, não te preocupe com os pequenos!

- Dará conta, mesmo? Cuidar da Angelina e do Pedro dá trabalho…

- Não te preocupes comigo também. Pode ir sem problema!

- Perfeito, então. Vou aprontar as malas.

Um marido cego pela paixão, que não consegue nem perceber suas mentiras. Pudera desejar perfeição maior? Maravilha. Suas férias em New York prometem! Novas bolsas, novos vestidos, tudo de grife, e ainda: tudo verdadeiro! Bia sentia falta de suas apostas com Soninha, sentia falta de ganhar presentes dela. Mas, se a Soninha fosse mais centrada e não se metesse no que não era chamada, ainda apostariam bobagens. Pena que ela obrigou-a a ameaçá-la com aquelas fotos comprometedoras, caso contrário até a convidaria para ir à New York…

Chegando a New York, a primeira coisa que fez foi visitar Peter. Mesmo sendo um tanto constrangedor, ele era ainda um ótimo amigo. Ajudou-a, com o seu refinado gosto, a escolher lindas bolsas e vestidos. Mas um desastre acontecera. Seu cartão de crédito estava bloqueado, teria que ver qual era o problema. E lá rumaram Bia e Peter à agência, rebaixavam-se à ralé que lá frequentava. Aqueles gerentes sempre se achavam mais do que eram. O problema do cartão é que Bia havia estourado o limite. Teria de ligar para Victor e contar o desaforo pelo qual passara. Mas Victor lhe dera a pior de todas as notícias: eles estavam sem dinheiro, a empresa falira e ela teria de voltar urgentemente.

Bia desesperou-se, não sabia mais o que fazer. Nunca passara por isso antes. A única solução que encontrara foi arranjar um amante, e usar o seu poder de manipulação para conseguir voltar ao topo novamente. Faria em New York, mesmo. Com o corpo bem cuidado, apesar da idade, e a beleza que nunca lhe abandonava seria fácil como tirar doce de crianças. E ainda mais prazeroso do que matar as suas vítimas. Com todos estes fatores a seu favor, sempre conseguia o melhor. Na verdade, ela já era o melhor, os outros apenas tinham sorte.

Tendo bom gosto em suas escolhas, acabara por conquistar um rico bilionário, alto, louro e de olhos castanho aveludados. Um corpo de atleta, parecia ter jeito pra coisa. Se não desse conta do sexo, daria conta de suas dívidas financeiras. Enfim, seria, de algum modo, útil para Bia. David, como se chamava, provocava estranhas sensações em Bia. Tesão, obviamente, era a sensação mais gritante. Mas olhar em seus olhos parecia ser algo proibido. Ele tinha o mistério como aspecto natural. Depois de uma noite enlouquecedora, Bia percebe que acertou na escolha! Bom em todos os aspectos, na verdade, ótimo! Deitados na cama, David joga-a para cima de sim, segurando seu pulso firmemente. Bia olhou em seus olhos e sentiu medo.

- Está tudo muito bom para ser verdade, acho melhor darmos uma pausa. – disse Bia, tensa.

David nada respondeu, apenas sorriu-lhe e o seu sorriso disse tudo. Foi assim que Bia arrependeu-se por ter deixado marido e filhos, por estar ali naquela cama de motel, tudo por um cartão sem limite, por uma empresa falida, por não estar no topo desta vez. Seu marido enfrentaria a viuvez de novo, e seus filhos ficariam órfãos. Passaria pelo que fez Denise, Marina e Ualdisnei passarem. Ali seria o seu fim.

domingo, 8 de abril de 2012

Tempo para desabafar

“Sinto saudade das nossas conversas. Das nossas confissões. Será que ainda tens as cartas que tanto te escrevi? Será que ainda as lê? Fico aqui te escrevendo, esperando que um dia leia todas as minhas súplicas de perdão. Sinto falta de sorrir pra ti, te fazer sorrir. Não posso voltar no tempo, mas sei que os meus erros são irreparáveis. Talvez me odeie por isso, eu me odeio. Mas, e o que fazer? Pedir-te desculpa, se não me ouves? Arrastar-me aos teus pés e esquecer o meu orgulho? Não sou capaz de tais proezas. Mas engoli muita coisa para chegar aqui e dizer-te tudo isso. Destruí o meu orgulho, destrocei-o para te defender a qualquer injustiça, mas talvez tu nunca venhas a saber. Juntar os meus pedaços foi difícil. Permanecer forte quando queria desmoronar é ainda mais. Mas tudo valia ao teu lado. Desculpe-me por qualquer inconveniência. Desculpe-me permanecer tentando. Lembro-me dos nossos bons momentos. Falta muito para voltar? Sim, e isso está claro. Não quero que isso pareça mais uma de minhas súplicas, mas sim um pedido de perdão, já que ignorastes todos os outros. Se, ao menos, não encarar como um, por favor, então não ignore. Na manhã seguinte, lembre-se de mim. Do jeito que quiseres. Mas se a lembrança for ruim, então se esqueça de mim para sempre. Mas, se não for assim, lembre-se de todas as vezes que te fiz sorrir. De todas as vezes que tu me fizeste sorrir. Foi de todo ruim? Mas enfim, não quero parecer inconveniente, mesmo já sendo. Apenas quero que fique claro: vou lembrar de ti, pois tu foi o meu motivo para acordar sorrindo. E mesmo que a nossa situação faça com que nos ignoremos, tu continuas sendo o meu motivo. Enfim, feliz Páscoa.”
E esta foi a declaração de uma menina apaixonada e arrependida, para depois encontrar o sujeito pra quem escrevera e sussurrar-lhe um mísero Bom dia.