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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Muito além do desejo

O que estamos fazendo? Pelos Céus, isso está certo? Sorrio para ti, e o mesmo não se repete. O que houve para, de repente, estarmos tão pertos, e, no entanto, tão distantes? Essa, alguma vez, foi a nossa questão? Lucas estava atordoado, simplesmente não entendia. O sorriso, o olhar, todo o ser dela o seduzia, num fervor incessante. E, agora, não parava de se perguntar. O que se passa na nossa cabeça para desejarmos aquilo que tivemos e perdemos? Essa insistência é apenas desejo, ou nada menos do que paixão? Por que paixão, e não amor? Pudera amar alguém que o fez sangrar? Que o fez engolir o orgulho e realmente admitir que era com quem queria estar? E depois de tudo, some? São essas particularidades que o enlouquecem. ‘Por que me deixou esperando?’ perguntava ele a ela. ‘O que realmente queremos, e pelo que lutamos, sempre tem o seu valor. Se fosse algo fácil, tão simplório, será que tu saberias dar o devido valor?’ Lucas ficava silencioso, com a cabeça recostada no colo dela. Ela parecia olhar para algo que estava muito além do seu entendimento, enquanto acariciava e enrolava seus cachos de cabelo. ‘Por favor, não faças mais isso. Se fizeres, acho que morro!’ dizia ele. Diana paralisou por um instante. Seu olhar, sempre distante, encontrou o de Lucas. Calma e suavemente, ela dizia: ‘Não digas isso! Jamais! Por que morreria? Besteira!’ ‘Ora, por que. Por amor, óbvio. ’ ‘Tolo… Como se morre por amor? E se tu amas mais de uma vez? Se tu confundes o amor com qualquer outro sentimento? Vais morrer quantas vezes, então?’ sorria para ele. Lucas nada falava, aquela garota o colocava num transe de pensamentos. ‘Sabe, Lucas, não quero que tu sejas dependente de mim. Não faço o tipo grudenta. Gosto de ti, gosto de estar contigo. Mas eu tenho o meu espaço, assim como tu tens, e em hipótese alguma invadirei o teu, peço que não invada o meu. ’ Ele se preparava para contrapor, mas, tão somente com um olhar, Diana o impediu. ‘Não sou adepta ao sentimentalismo, mas isso não quer dizer que eu não sinta. Sinto até mais do que muitos românticos por aí… ’ ‘Mas, sinceramente, não parece. Não te vejo, nunca te vi demonstrar os teus sentimentos. ’ ‘Se eu não despejo para fora quer dizer que eu mantenho tudo aqui dentro, não é?’ Diana pressionou o peito de Lucas. ‘Imagina a confusão. ’ Lucas levantou-se para encarar Diana. ‘Não me faça a vilã, por favor.’ ‘Eu só não entendo. Por que acumula tudo? Por que estamos aqui, então?’ ‘Eu preciso do controle da minha situação, só isso.’ ‘Não podes ceder por uma vez?’ Diana, abatida, desviou o olhar, e Lucas, angustiado, levantou-se. ‘Quando te permitir ceder o controle, por ao menos uma vez, quem sabe…’ ‘As tuas palavras não fazem sentido.’ Ele, aos poucos, se afastou. ‘Mas eu te entendo, Lucas. E agora, que fique bem claro que foste tu quem partiu!’ E assim, as palavras de Diana ecoam em seus pensamentos a todo instante.