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domingo, 11 de março de 2012

Canção perfeita de ninar

“Those were the times,
and these were the places.
Your love was so good.”
( Your love – Keane)
Assim que o sol surgia, ele despertava. O que mais poderia esperar? Nada além de um bom dia. Sorria ao lembrar-se dela. Lembrava-se dela ao sorrir. Seria tão difícil assim seguir em frente? Mesmo incompleto, devia tentar. Se a saudade o atormentava, ela aparecia para lhe acalmar. Só de olhar para ela, sentir sua pele macia… Perdido em devaneios, desperta para sua realidade. O ar gélido bate em seu corpo exposto. Mais um dia se passara. Outro se aproximava. Já superara a fase de se culpar pelo que aconteceu. Nessa época, passava seus dias de sol adormecido, protegido pela escuridão do seu quarto. Despertava tão somente quando o sol se punha. Mas, agora recuperado, aproveitava cada segundo de sol, mantinha-se ocupado, para não pensar demais. Sozinho, em sua casa, ouvia atentamente cada ruído produzido pelo silêncio. Não costumava receber visitas, não depois do incidente. Acostumara-se a viver sozinho, atormentado pela solidão. A única companhia que se permitia era a das belas flores espalhadas pela casa, e do belo jardim, que sua amada dedicava-se tanto a manter. Agora, a responsabilidade de cuidar do jardim passou para ele. Sentia prazer em fazê-lo, pois se lembrava a todo instante dela conversando com as flores. “Essa é a minha favorita, chama-se Lírio. Veja, veja, não é bela?” ela dizia, animada. “Não tão mais bela do que a dona que cuida dela”, disse ele aproximando-se dela, “Mas devo admitir que é linda”. Ela retribuiu o elogio com um lindo sorriso, valorizando ainda mais a sua beleza. Mas eram lembranças, apenas lembranças. O sol, aos poucos, desaparecia, dando lugar a um belo crepúsculo. Já não havia mais nada para fazer, pensou em se recolher. Mas, antes que o fizesse, ouvira um ruído intrigante. Ouvira uma gargalhada, leve e suave. Era ela. Ele, quase desesperado, seguia o som por entre as árvores. Procurava-a, mas não a encontrava. Sem conseguir evitar, chega ao topo de um penhasco. Do mesmo penhasco que por vezes eles haviam se encontrado. Do mesmo penhasco que levou sua amada pra longe. “Afaste-se da beirada, por favor”. Num sobressalto, ele vai de encontro a ela. “Não faça nenhuma tolice”, dizia ela. Ele, sem saber o que dizer, apenas aproximou-se da beirada. “Já não tenho mais motivos para continuar vivendo.” “Não irá resolver nada, você sabe disso.” “Não há o que me convença disso.” Ela, aproximando-se dele, estende-lhe a mão. “Então faremos isso juntos.” “Não, você já passou por isso uma vez. Não vou fazer dessa a segunda.” Ainda assim, ela insistiu: “Por favor. Estamos juntos. E se permitir, ficaremos para sempre. Só assim descansarei.” Ele, então, toma a mão de sua amada. “Para todo o sempre, para sempre juntos. Simples assim.” E então, de mãos dadas, pulam do penhasco, para viver mais a eternidade juntos.

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