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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Em meio às nossas ausências, amo-te.

O sorriso iluminava os seus olhos. Ela, com o seu jeitinho mais irônico, encarava-me inocentemente maliciosa. Mas ambos estávamos ali, podíamos sentir. “Pergunte-me agora como sinto e não te responderei com palavras.” murmurou ela. “As palavras se fazem vazias quando dirigidas a ti.” em resposta eu dizia-lhe. E por algum tempo, as tardes se resumiam a isso, somente pela presença agradabilíssima daquela mulher tão gloriosa. Ríamos, conversávamos. Via que minha presença era tão deleitosa quanto a dela me era. Mas havia algo diferente, algo de extrema importância, imperceptivelmente agonizante. Perguntava-lhe o que havia, mas com uma resposta seca e ríspida, calava-me de imediato. A ironia intrínseca tornava-a a mais divina dos anjos. Cansado de preocupar-me à toa com esta mulher, passei a encontrá-la com pouca frequência. “Abandonaste-me, Miguel?” perguntou-me ela, assim que me viu aproximar. Não há palavras que expliquem, ou que ao menos tentem, o que se passara na minha cabeça. Talvez uma única expresse vagamente: indignação. “Talvez, Lorena.” “Ué, mas o que eu te fiz de tão grave? A ponto de privar-me da tua companhia? Esta é a pior das piores punições a mim já dadas!” Apesar da fala, sentia no olhar inquieto as mentiras em mim despejadas. “Diga-me o que eu te fiz! Para merecer essa tua atuação, essas palavras frias e insignificantes. Diga-me, eu pedirei perdão. E então pare, não precisarás mais fingir.” Lorena desviava o olhar, distante. De sua boca nada saía. “Digo-te que as tuas palavras foram cruéis. Mas não me é surpresa, estou acostumada há um tempo.” “Apenas responda-me, Lorena. Não sejas evasiva!” “Então deixe de ser um tolo e preste atenção ao teu redor, Miguel. Veja a harmonia da natureza. Cada elemento se complementa. E assim, formam um todo.” “Dizes, então, que não nos complementamos?” “Deixa de tolice, já te disse!” “Não entendo. Não posso assumir como motivo da tua frieza…” “Deixe-me terminar, então. Enfim, para um todo há a combinação da beleza única de cada. E antes que me interrompa, já que não posso ser poética, vou direto ao ponto: as minhas tardes faziam-se apenas da tua agradável companhia. Mas tu te tornaste um vício para mim, um vício que sustentava com prazer. E então, as tardes faziam-se do teu sorriso para o meu. Desculpe-me se lhe fui grosseira, ou fria, como disseste, mas não consegui sustentar este vício…” “Ainda não te entendo, mulher…” “No início, não me achava digna de qualquer sentimento por ti. Ao te comparar, comparo-te com um anjo, o meu anjo. Algo tão puro não deveria ser desviado do seu caminho divino.” “Esquece dessas insignificâncias…” já sentia cada célula do meu corpo clamando pelo seu calor. Perdoara aquela mulher que me provoca enlouquecidamente, que me tem preso aos seus pés, e vi suas asas ressurgirem de algum ponto além da escuridão dos seus caprichos. “Falta pouco, agora! Deixe-me terminar!” Lancei um sorriso tímido, e derreti-me quando retribuído tão calorosamente. “Enfim, imaginei que me evitaria, mas nunca deixei de vir aqui, onde sempre nos encontrávamos, na esperança de encontrar-te. Agora, admito, mesmo não digna, necessito. A tua luz é a única que me brilha, Miguel. O meu pensamento sempre está em teu. Já não posso ausentar-me e a melancolia me toma por inteira. Portanto, peço-lhe que me perdoe por tudo que te fiz que um dia te magoou, nunca foi a minha intenção! Se fores capaz de me perdoar, peço-lhe que me aceite para passar o resto dos meus dias ao teu lado!” Este último pedido me comoveu. Como podia recusar, vindo da mulher mais bela, da mulher que realmente amo? “Sejas, então, minha e só minha!”

2 comentários:

  1. Lindo, adorei ;)
    Tu sempre se superando, Maria.
    José de Alencar sentiria orgulho se pudesse ler isso ;)
    bjs

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  2. Emociono-me com estas palavras, Léo! Obrigada! hehe ;)

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